Nunca tivemos uma data além da que anotei na minha agenda, o primeiro beijo. O primeiro toque. O primeiro amor à dois que vivi. Nunca comemoramos nada além dos feriados que inventei, a páscoa. Meu aniversário. O Natal. Um dia dos namorados.
Nunca nos familiarizamos para além dos dias que insisti, um almoço qualquer. A viagem. O jantar de natal. Um aniversário. Nunca sonhamos nada além do que você deixou: quatro filhas, um casamento, um compromisso e sua vida. Nunca vivemos nada além do que você quis: um namoro, um noivado, umas noites e aqueles adeus.
Nunca construímos nada para além do que forcei: uma relação, um anel, uma frigideira e uma passagem de avião. Nunca fingimos nada além do que fomos: infidelidade, imposição, luxúria, lágrimas, abraços, carência, ausências, compreensão, cumplicidade, amantes, cafunés e relógios quebrados.
16 de agosto de 2016
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