Ao leitor:

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1 de novembro de 2016

Eu te amo?

Lembro quando era mais nova, cheia de sonhos de romance... Aquela ânsia por amar e ser amada... Ouvir essa bela frase, tão exaltada nos filmes "Eu te amo"...
E hoje em dia, como é que se diz eu te amo? Já se questionava um cantor...
A partir do momento que vamos crescendo, aumentamos nosso vocabulário, não apenas o verbal, mas também o não  verbal: atitudes, gestos, olhares... E o silêncio.
São tantos os modos de amar, de dizer que amamos... Então, não pergunte a ninguém se é amado, primeiro pergunte-se: "Sinto-me amado?" Se a resposta for sim, espera, que as palavras vão chegar.

28 de agosto de 2016

Metrô

Há espaços e estações
Há versos e há versões
O certo contradiz o errado
Os fins não justificam os meios
Amores que não são vividos, morrem
E assim segue-se a vida
O mesmo destino num outro vagão
Afinal, promessas de Deus não morrem
Te acolhem na estação de chegada.

18 de agosto de 2016

Afogamento

O amor que carrego no peito
É como uma leve canção
Sentimento suave, levado pelo vento
Reflete um fim de tarde no sábado
Ele é como um rosto ao sentir os cabelos voarem
Tem aquele cheiro de maresia
Chega aos ouvidos como lábios com lábia

Mas quando entra corta
Acelera o coração 120bpm, 120rpm
Queima como gasolina
Atropela como um trem
São olhos vermelhos e pele suada
Abraço apertado que sufoca
Mãos seguras e firmes, não soltam na dor

A canção de amor que toco no peito
É canto de sereia, afoga.

16 de agosto de 2016

Big Date

Nunca tivemos uma data além da que anotei na minha agenda, o primeiro beijo. O primeiro toque. O primeiro amor à dois que vivi. Nunca comemoramos nada além dos feriados que inventei, a páscoa. Meu aniversário. O Natal. Um dia dos namorados.

Nunca nos familiarizamos para além dos dias que insisti, um almoço qualquer. A viagem. O jantar de natal. Um aniversário. Nunca sonhamos nada além do que você deixou: quatro filhas, um casamento, um compromisso e sua vida. Nunca vivemos nada além do que você quis: um namoro, um noivado, umas noites e aqueles adeus.

Nunca construímos nada para além do que forcei: uma relação, um anel, uma frigideira e uma passagem de avião. Nunca fingimos nada além do que fomos: infidelidade, imposição, luxúria, lágrimas, abraços, carência, ausências, compreensão, cumplicidade, amantes, cafunés e relógios quebrados.

Sobre afetos que afetam

Palavras podem mentir
Gestos podem ser camuflagem
Atitudes podem ser premeditadas
Desejos podem ser efêmeros
Sorrisos podem ser forçados
O amor pode ser apego
As horas, a idade, o tempo


Ah... o tempo...

Ele não nos deixa mentir, retira qualquer camuflagem das atitudes premeditadas e apaga os desejos efêmeros...

Expõe a face enrugada do falso sorriso e do falso amor, desapego e desinteresse.

Ele nos deixa só com o que é real e sincero, mesmo que sejamos nós a sós.